CONHECENDO UM POUCO DA NOSSA CULTURA APARTIR DAS LENDAS FOLCLÓRICAS

Professora Jéssica Vysak dos Santos, 4º ano. Escola Municipal Humberto Cordeiro.


A atividade desenvolvida teve como ponto de partida a exibição da videoaula apresentada pelo jornal aRede, intitulada “Riqueza do Folclore Nacional”, cujo conteúdo fez parte da programação do projeto Vamos Ler, promovido pelo Jornal da Manhã. A proposta tinha como objetivo valorizar a cultura brasileira, estimular a oralidade, a leitura e a escrita, além de aproximar os alunos das manifestações culturais que compõem a identidade do povo.

Após a exibição do vídeo, os alunos foram convidados a compartilhar suas experiências e percepções. O momento foi rico em trocas, pois muitos deles já haviam escutado histórias contadas por familiares, como avós, pais e irmãos mais velhos. Outros mencionaram músicas e desenhos animados que retratavam figuras do folclore, demonstrando como esses personagens ainda circulam no imaginário infantil.

Essa roda de conversa permitiu que o grupo reconhecesse o valor do conhecimento popular transmitido de geração em geração. Também foi possível perceber a diversidade cultural entre os alunos, pois diferentes histórias foram lembradas, revelando a riqueza das tradições familiares e comunitárias.

Na sequência, a professora apresentou leituras de várias lendas folclóricas, selecionadas de livros infantis e coletâneas próprias para a faixa etária. O objetivo era ampliar o repertório das crianças, aproximando-as de narrativas que talvez ainda não conhecessem. Entre as lendas lidas, estavam a do Boto Cor-de-Rosa, do Boitatá, da Mula-sem-Cabeça, do Lobisomem e da Cuca. Cada leitura era acompanhada de conversas breves para garantir a compreensão e levantar hipóteses sobre os significados simbólicos das histórias.

A etapa seguinte consistiu na criação de parlendas pelos grupos. Divididos em equipes, os alunos tiveram a tarefa de inventar rimas curtas e divertidas a partir dos personagens do folclore nacional. A atividade foi marcada pela ludicidade, pois a sonoridade das parlendas despertou o interesse das crianças, que se divertiram ao inventar versos sobre o Saci, o Curupira e até mesmo sobre personagens menos conhecidos, como o Negrinho do Pastoreio. Essa produção coletiva estimulou a criatividade, o trabalho em grupo e a valorização da oralidade.

Depois desse momento, a turma recebeu uma aula sobre o gênero textual História em Quadrinhos (HQ). Foram apresentados exemplos de HQs impressas, tanto de personagens tradicionais brasileiros quanto de produções universais, como Turma da Mônica e outras revistas. A professora destacou elementos próprios desse gênero, como balões de fala e pensamento, onomatopeias, quadros sequenciais e a importância da relação entre texto e imagem. Os alunos puderam compreender como as HQs combinam recursos linguísticos e visuais para transmitir histórias de forma dinâmica e divertida.

Com esse conhecimento prévio, os estudantes foram desafiados a produzir suas próprias histórias em quadrinhos, tendo como protagonistas os personagens folclóricos. Cada grupo escolheu um personagem e criou uma narrativa curta, que deveria ser representada nos quadrinhos. A produção envolveu planejamento do enredo, elaboração dos diálogos e ilustração das cenas. Houve momentos de debate, de negociação e de tomada de decisões, pois os alunos precisaram entrar em consenso sobre os rumos da história e a forma de representá-la graficamente.

Durante o processo, foi perceptível o entusiasmo dos estudantes. Muitos demonstraram grande habilidade para o desenho e se engajaram intensamente na criação das imagens. Outros se destacaram na elaboração dos diálogos, cuidando da ortografia e da clareza das falas. A diversidade de talentos no grupo enriqueceu a atividade, permitindo que cada criança encontrasse uma forma de contribuir.

O resultado final foi um conjunto de HQs criativas e bem elaboradas, nas quais o folclore nacional foi representado de maneira lúdica e significativa. As histórias criadas mostraram o Saci aprontando travessuras, a Iara encantando pescadores, o Boitatá protegendo as florestas e o Curupira defendendo os animais.

A experiência contribuiu significativamente para o desenvolvimento de várias habilidades previstas na BNCC, como a leitura de textos orais e escritos, a produção de textos multimodais, a ampliação do repertório cultural e o reconhecimento da diversidade de manifestações culturais brasileiras. Além disso, a proposta possibilitou trabalhar de forma interdisciplinar, envolvendo língua portuguesa, artes e história, já que o folclore está diretamente ligado às tradições e à memória cultural do Brasil.

Outro aspecto positivo foi a valorização da cultura popular. Muitas vezes, as crianças têm contato com conteúdo midiáticos estrangeiros e pouco conhecem sobre as tradições nacionais. Ao trabalhar com o folclore, os alunos puderam se identificar com personagens que fazem parte da história do país e reconhecer a importância de preservar esses saberes.

O relato mostra que o projeto Vamos Ler, em parceria com o jornal aRede, proporcionou um material de qualidade que serviu como ponto de partida para uma série de aprendizagens significativas. A videoaula despertou a curiosidade, a leitura das lendas ampliou o repertório, a criação das parlendas favoreceu a oralidade, o estudo das HQs desenvolveu a competência leitora e a produção final deu oportunidade de expressão criativa.

Em síntese, pode-se afirmar que a atividade alcançou plenamente seus objetivos, promovendo uma aprendizagem integrada, prazerosa e culturalmente relevante. Os alunos se mostraram envolvidos, participativos e criativos, construindo não apenas conhecimentos linguísticos, mas também fortalecendo o senso de identidade cultural e pertencimento ao reconhecer a riqueza do folclore nacional.















Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Wall-E

“Versos que Contam Vidas: Descobrindo Cecília Meireles e Criando Novos Jardins Poéticos”

Invasão Póetica